Você sabia que ao conhecer a história do pneu original as pessoas aprendem muito sobre suas caracteríscas e seu uso?
O pneu surgiu como uma evolução natural das rodas das carruagens.
Era comum, naquela época, as rodas das carruagens serem de madeira revestidas com uma lâmina de ferro. Essa lâmina visava resistir aos impactos em pedras e buracos dos caminhos em que passavam.
As borrachas não eram usadas nessa época, porque elas não tinham resistência para suportar os impactos das rodas com o solo.
Nessa época, o pneu ainda não existia. Porém, o homem começava a conhecer a borrahca. Contudo, a borracha daquela época ela era um líquido viscoso (gel), de baixa resistência.
O inventor Charles Goodyear foi contratado por uma empresa de borrachas, em Boston. Seu objetivo era desenvolver uma borracha resistente ao calor.
Sua ideia inicial era misturar a borracha com diversos elementos para medir os resultados. Contudo a experiência que deu certo ocorreu ao acaso.
O incidente da vulcanização: A magia que viabilizou o pneu original.
O Goodyear misturou enxofre em uma pequena quantidade de borracha. Essa borracha não endureceu, mas ficou bem pastosa. Ele ficou brincando com essa mistura até que, à noite, ele foi visitar um amigo.
Com o clima frio do local, ele foi agasalhado, levando sua borracha.
A casa do amigo tinha uma entrada com uma lareira. Nesse local, os visitantes tiravam suas capas de frio para permanecerem no local. Foi então que ele colocou a borracha sobre a borda da lareira, tirou seu casaco e esqueceu de pegá-la.
Ao ir embora, ele se lembrou da borracha.
Quando a pegou, ele notou que a borracha havia endurecido. Esse processo foi melhor estudado, porém, ele existe até os dias de hoje.
Muitas borrachas são misturadas com enxofre e permanecem semifluidas por bastante tempo. O processo de aquecê-las, visando seu endurecimento, é conhecido como vulcanização, motivado por esse evento inicial.
O uso da borracha nos pneus
Depois desse evento inicial, o uso da borracha se intensificou. A invenção do pneu se deu por volta de 1845, quando os irmãos Michelin patentearam o pneu. E, em 1847, o inglês Robert Thompson colocou uma câmara de ar dentro do pneu. Antes disso, esse pneu original era de borracha maciça.
Os primeiros pneus utilizados na origem dessa evolução tinham um perfil parecido com o das bicicletas atuais, de pneus largos (tipo Moutain Bike). Esse pneu tinha a forma externa arredondada, parecida com a superfície de um tubo em torno da roda do veículo. Eles assumiam essa forma como uma consequência natural de se encher um tubo de borracha, onde a sua estrutura era de lonas texteis. Essas lonas eram totalmente flexíveis e se acomodavam a essa forma tubular.
Já no início de seus usos, esse tipo de pneu apresentou dois problemas principais:
Os veículos que usavam esse tipo de pneu atolavam com facilidade, nas lamas das estradas, fato que era bastante comum naquela época.
Seus desgastes eram intensos na parte central do pneu.
A banda de rodagem
Tempos mais tarde, os fabricantes investiram na solução desses dois problemas. Eles começaram começaram a preencher esse perfil de forma arredondada, com borracha.
Esse perfil do pneu original é o que mantinha o contato do veículo com o solo.
Vistos por dentro, a forma tubular continuava bastante nítida. Apenas o perfil externo, transversal ao pneu, ficou achatado.
O espaço entre o perfil interno e o externo foi preenchido com borracha. Essa reformulação do perfil externo desse pneu original ficou conhecida como Banda de Rodagem.
Parte estrutural de um pneu
A parte estrutural do pneu são suas lonas e a cinta do talão. O talão é a região do pneu que fica em contato com a roda metálica do veículo.
Essas duas partes resistem aos esforços mecânicos sfridos pelo pneu.
A borracha tinha basicamente duas funções: Melhorar a aderência com o solo, e com a câmara de ar que ficava interna ao pneu, vedar o ar interno, mantendo-o cheio.
Ainda nessa época, as fibras, que compõe as lonas desses pneus originais, eram de baixa resistência, comparada as atuais. Por esse motivo, as paredes dos pneus eram mais grossas, com várias camadas de lona, embora as pressões fossem bem menores que as atuais.
Hoje, esse tipo de pneu, é conhecido como diagonal. Esse nome veio do fato de que ao olharmos o sentido das fibras de suas lonas, nas laterais dos pneus, elas têm um grande ângulo de inclinação, aproximadamente 45 graus. Esse tipo de construção era necessário para que o pneu pudesse resistir as acelerações e frenagens.
A banda de rodagem, do pneu original, e o seu perfil
Essa forma tubular com os cantos preenchidos de borracha geraram um outro tipo de problema.
Se você enchesse muito, o pneu, suas lonas se expandiam uniformemente, em todas as direções.
Essa expansão gerava os seguintes efeitos:
- O pneu com excesso de pressão tinha o centro da banda de rodagem expandido. Isso causava um desgaste acentuado em sua parte central.
- Se abaixo da pressão, o centro era muito aliviado. Porém, o peso do veículo era mais suportado pelas paredes laterais dos pneus. Isso causava um desgaste prematuro nas bordas laterais da banda de rodagem.
A foto anterior mostra um pneu em uso. Traçando uma linha imaginária, na superfície de rodagem, entre as duas laterais do pneu, é possível ver um perfil quase plano. Isso implica que esse pneu estava com a pressão adequada.
Porém, o pneu sobressalente desse veículo mostra o uso de alta pressão.
Olhando o mesmo perfil citado acima, podemos notar que a banda de rodagem é bastante curva. Naquela época, os pneus se esvaziavam com maior facilidade. Era comum se usar o pneu sobressalente acima da pressão recomendada. Quando trocado, esse pneu tinha sua pressão ajustada para o valor correto.
A borracha do pneu original e sua sensibilidade ao ultravioleta
Um outro problema dos pneus até os anos 60 era a resistência das borrachas expostas à luz ultravioleta. Nessas condições, elas se degradavam e ficavam com fissuras superficiais. Essas fissuras evoluíam até inutilizar os pneus.
Para solucionar esse problema, as fábricas de pneus passaram a utilizar uma faixa de borracha externa. Essa faixa protegia a parte externa do pneu original, a qual vedava o ar junto às lonas. Na época, a moda era colocar essa faixa de proteção externa, na cor branca. Esse efeito ficou conhecido como pneus de faixa branca.
Esse tipo de pneu era mais caro. Ele foi bastante cobiçado, sendo visto como um pneu de luxo. Ele passou a ter uma conotação de beleza. Porém, seus objetivos eram a proteção da lateral externa contra a luz solar. A luz solar é repleta de luz ultravioleta.
As borrachas dos pneus atuais têm um aditivo que as tornam resistente à luz ultravioleta. Com essa tecnologia, o uso dos pneus faixa branca caiu em desuso.
Sempre é bom conhecer as características dos pneus. Em algum instante você pode precisar tomar alguma decisão sobre o assunto. Veja o que a Pirelli recomenda sobre o conhecimento das características dos pneus.
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998.
Escopo:
Dispõe sobre
as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
O perito
Caso queira identificar a causa de um acidente, relacionado a um pneu original ou não, é importante que o perito tenha noções da estrutura dos pneus e seus processos de fabricação. Sempre há a possibilidade de o problema de um pneu estar relacionado à sua estrutura ou ao seu processo de fabricação. Nesses casos, procure um perito com conhecimento desses tópicos. Informe-o dos detalhes do problema.
Nesses casos, é importante começar uma conversa o mais breve possível, pois as evidências se perdem com o passar do tempo.
Para conhecer mais sobre o assunto, visite nosso site.